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13/08/2015
Agrimensura da Unesc já formou 679 engenheiros
De teodolito a GPS, laser, robótica e drones poucas profissões nas áreas de engenharias foram tão impactadas pela tecnologia como a do engenheiro agrimensor. O relato elaborado pelo ex-professor e ex-coordenador Luiz Carlos da Silveira coincide com os 40 anos de implantação do curso de Engenharia de Agrimensura da Unesc.
Aluno da primeira turma em agosto de 1975, Luiz Carlos ou Caixa, como é conhecido, lembra que o curso tornou-se conhecido no país em pouco tempo. "No início dos anos 80, empresas de Criciúma que executavam medições no Mato Grosso, Pará e Amazonas tinham que contratar topógrafos de lá que não tinham curso superior. A solução foi trazer esses profissionais para cá e bancar a faculdade deles."
A evolução de equipamentos, hardwares e softwares na profissão foi notável, enfatiza Caixa. "Passamos do teodolito para estações totais que medem distâncias de forma eletrônica. Começou nos anos 90 com a tecnologia GPS. Hoje, os teodolitos só são empregados em serviços caseiros, como lotes urbanos, ou na mineração, e já dispomos de estações robóticas que fazem quase tudo sozinhas."
Poucas Mulheres
Para o atual coordenador Vanildo Rodrigues, o impacto tecnológico têm sido "assustador. A palavra soa pesada, mas não há como definir de outra maneira", justifica. "Estamos ainda nos acostumando com o uso de laser scanner, uma tecnologia avançada e com custo um pouco alto, e já nos deparamos com a chegada dos Vant, os veículos aéreos não-tripulados."
Atrair alunos de vários estados não foi um fator isolado na projeção nacional do curso, comenta Vanildo. "Nas últimas duas décadas, Engenharia de Agrimensura da Unesc tem oscilado de três a quatro estrelas no Guia Abril do Estudante em decorrência das excelentes condições de oferta. Está claro para nós que isso ajudou a tornar o nosso curso muito mais conhecido."
Aluno da terceira turma do curso, Vanildo preferiu a carreira universitária ao mercado de trabalho. Professor há 30 anos, testemunhou a formatura de 678 colegas. "Temos vestibular apenas no verão e formamos cerca de 20 engenheiros agrimensores por ano. A maciça maioria, homens. As mulheres chegam no máximo a 15% das turmas."
Na reduzida minoria atual está a estudante Vanessa dos Santos Dagostim. Influenciada pelo cunhado de uma tia, ela desistiu do curso de Arquitetura quando já estava na oitava fase. "Sempre gostei de cálculo e geografia e adorava a ideia de ir a campo", revela. "Além disso, o mercado de trabalho na nossa profissão é bastante amplo."
Tão amplo quanto desafiador, vale ponderar, à medida que em diversas ocasiões um engenheiro agrimensor avança por terrenos inóspitos. "Ele é simplesmente o profissional capacitado para medir, redesenhar e colocar as pessoas no espaço certo", biografa Vanildo. "Creio que desde as eras mais antigas já havia alguém medindo e dizendo aqui é o lugar mais adequado para isso, ali para aquilo."
Fonte: Nei Manique / www.engeplus.com.br